sábado, 23 de julho de 2011

Sobre as AULAS - Saber Escutar

Saber escutar

O êxito pertence aos que sabem escutar. No entanto, cada estudante faz como pode, porque nunca lhe ensinaram a arte de saber escutar.

De fato, escutar não se resume no ato externo de ouvir. Implica a aptidão para compreender e interpretar as mensagens recebidas.

Escutar é uma arte difícil que exige atenção, capacidade para descobrir o essencial e espírito critico.

-  A atenção
A atenção é um farol que projeta luz sobre o mar dos conhecimentos. Por variados motivos, há alunos cujo farol, nas aulas, está quase sempre apagado... Esses não conseguem aprender.

Prestar atenção significa, antes de mais, evitar brincadeiras, conversas marginais e agitações no lugar. Significa também evitar ocupações despropositadas, tais como passar apontamentos atrasados, fazer trabalhos para outras disciplinas ou desenhar nas mesas.

Os alunos distraídos têm o corpo na sala, mas a cabeça e o coração andam por fora. Ouvem às prestações. Escutam «aqui e além» o que se diz. Captam os assuntos de modo parcial e deformado. Aproveitam pouco ou nada.

Pior atitude é a dos alunos barulhentos e indisciplinados que perturbam os companheiros e põem à prova a paciência dos professores. Não aproveitam nem deixam aproveitar.

Os alunos atentos (menos de 30 por cento, segundo as estatísticas) concentram se nas tarefas da aula. Além de motivarem os professores, conseguem captar o essencial da matéria, tirar apontamentos de qualidade e poupar horas de trabalho posterior.

Uma forma de melhorar a atenção é escolher um bom local na sala. O aluno que está mais à frente vê e escuta melhor. Sentado na proximidade do professor, distrai-se menos e segue mais facilmente as explicações dadas na aula.

É verdade que nem sempre se consegue ficar nos primeiros lugares. Pelo menos, é possível procurar sentar-se ao lado de colegas que não perturbem a atenção. Dois amigos que conversam e brincam na aula acabam por prejudicar-se um ao outro.

-  A descoberta do essencial 
A maioria dos professores segue um manual, mesmo que não esteja sempre a utilizá-lo. Aí, a tarefa do aluno está mais facilitada, pois o que é essencial vem no seu livro de estudo.
O problema põe-se, sobretudo, quando não existe manual ou quando o professor considera o manual insuficiente para a matéria. Nesses casos, o aluno tem de descobrir o plano da aula, as ideias principais, por detrás dos pormenores, dos exemplos ilustrativos ou das opiniões pessoais.

Para descobrir o essencial e tirar bons apontamentos é vantajoso conhecer o método do professor, interpretar bem as palavras e ouvir até ao fim aquilo que se diz na aula.
-  Conhecer o método do professor 
Todos os professores são diferentes e têm o seu método próprio de dar as aulas.

Uns são mais directos e breves; outros desenvolvem mais as suas ideias. Uns são claros e ordenados; outros são complexos e dispersos. Uns repetem várias vezes os pontos mais significativos da matéria; outros preferem resumir o essencial, no fim de cada aula.

Pouco a pouco, ao longo do ano lectivo, é possível ir conhecendo o método do professor. Depois de saber como cada professor costuma organizar as suas aulas, torna-se mais fácil seguir o fio condutor dos seus raciocínios.

- Interpretar bem as palavras 
A linguagem verbal é ambígua e, por vezes, traiçoeira. A mesma palavra pode ter significados distintos, em contextos diferentes (por exemplo, em disciplinas diferentes). Além disso, cada pessoa atribui às palavras significados próprios, consoante a sua cultura, a sua experiência e os seus interesses. É possível que o professor diga uma coisa e o aluno entenda outra.

A interpretação correta acontece quando o aluno for capaz de reformular a mensagem, isto é, dizer por suas palavras aquilo que escuta. Havendo dúvidas na compreensão, o melhor será pedir ao professor que esclareça o sentido exacto das palavras e expressões usadas.

- Ouvir até ao fim
Não é fácil escutar um professor pouco comunicativo. É difícil ouvir falar de um assunto pouco interessante ou desagradável. Mas o aluno que deseja descobrir o essencial não pode dar-se ao luxo de ouvir apenas os professores simpáticos e os assuntos atraentes.

O aluno deve ouvir até ao fim as explicações dadas pelos professores, mesmo que não goste ou não concorde. Essa é a condição indispensável para captar bem os assuntos e fazer, depois, intervenções de qualidade. Quem escuta apenas o que lhe interessa corre o risco de perder o mais importante ou fazer intervenções despropositadas.

- O espírito crítico
Perante as palavras do professor, são possíveis três atitudes:
- desinteresse: o aluno não escuta e as palavras «entram por um ouvido e saem pelo outro»;
- passividade: o aluno «bebe as palavras» como uma esponja e absorve tudo sem critério;
-  espírito crítico: o aluno reflecte e avalia aquilo que escuta.
O desinteresse e a passividade são atitudes incorretas. O bom aluno tem espírito crítico (não confundir com espírito de crítica).
Depois de prestar atenção e descobrir o essencial, o bom aluno não aceita nem rejeita as coisas sem reflectir sobre elas. Ele põe a si próprio algumas questões:
- Qual o núcleo da mensagem transmitida?
- Compreendi bem ou tenho dúvidas sobre a matéria?
- Aquilo que escutei confirma ou contradiz as minhas ideias?
- Existem provas válidas para aceitar como certo tudo o que escutei?
- Que ligação tem o assunto com aquilo que já sei?
O aluno pode confiar que o professor não tem com certeza intenção de enganar.
Mas isso não exclui a necessidade de refletir criticamente sobre aquilo que se escuta.
O professor, apesar do seu estudo e da sua experiência, não é, nem pretende ser, o mestre iluminado, o infalível dono do saber.
A reflexão critica é um processo activo de aprendizagem e uma condição indispensável para uma boa participação nas aulas.

Fonte: Aprender a estudar

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